Um projeto francês, com desenho norte-americano, que fez a alegria de muitas famílias brasileiras, o trecho da música Simca Chambord do grupo, camisa de vênus, na década de 1980, retrata bem a euforia na década de 1960
Um dia me pai chegou em casa,
Nos idos de 63
E da porta ele gritou orgulhoso,
Agora chegou a nossa vez
Eu vou ser o maior, comprei um
Simca Chambord.
Foi oficialmente o primeiro carro de luxo produzido em solo brasileiro, devidamente registrado. Luxuoso, com um desenho que caiu na graça do público brasileiro, e embalou os sonhos de muitos pais de família.
Na prática, o Simca era fruto da irmã pobre da Ford na França, que foi fabricado em solo brasileiro, aos moldes da parceria Karmann Ghia VW, na década de 1970. A fábrica francesa utilizava as linhas de carros norte-americanos e motores Ford, para criar seus próprios carros.
Apesar do sucesso e do glamour, que o carro causava nas famílias, ganhando até uma série de TV, O Vigilante Rodoviário, o modelo já chegou ao Brasil desatualizado.
Utilizava um ultrapassado motor V8 que a Ford já havia aposentado, e que não recebia upgrades a alguns anos, o carro era lento, e sem a força esperada para um modelo de luxo.
A versão Simca Chambord Tufão 1965, já havia recebido algumas atualizações na parte mecânica, conseguia entrega 140 cv, se tornou mais ágil e eficiente.
Mesmo assim com a imagem já arranhada, e sem um investidor que acreditasse que o projeto, um dia poderia dar frutos mais atualizados, aliado a chegada do moderno Ford Galaxie, e o anúncio de outros lançamentos como Chevrolet Opala e a família Dodge, a Simca encerra suas atividades em 1967.
Desempenho
Estabilidade – O conjunto, carroceria, chassi e suspensão, entregava o equilíbrio sugerido para a época, mesmo assim, era sempre bom o motorista ficar atento em curvas de alta e piso molhado.
Motor – Utilizando o motor Aquilon 2.5 V8 de 140 cv, era de manutenção descomplicada, mas a relação consumo e potência nunca foi seu forte.
Câmbio – Manual de 3 marchas, com alavanca na coluna de direção, exigia manutenções preventivas constantes, para não haver problemas, como encavalar as marchas.
Retomadas e ultrapassagens – mesmo não sendo um dos modelos mais rápidos e ágeis, estando com as manutenções em dia, era seguro e eficiente.
Consumo – Para um motor de 8 cilindros a gasolina, de um modelo que pesava quase 1290 kg, fazer 5 km/l em época de gasolina barata não era nenhuma anomalia.
Acabamento Externo
Faróis – Redondos de lentes boleadas, embutidos em uma moldura cromada;
Setas dianteiras – Embutidas abaixo dos faróis;
Para – choques – Em largas lâminas de aço carbono cromados;
Faróis de neblina – Não;
Grade de ar do motor – Em lâminas de aço carbono cromadas acompanhando as linhas do carro;
Retrovisores Externos – Redondos, posicionados, acima do para-lama dianteiro;
Frisos – Cromado em toda a extensão lateral do carro;
Rodas – De aço tradicionais da família Simca e calotas cromadas;
Maçanetas – Cromadas;
Logo – “Chambord”, na lateral dos para-lamas traseiros;
Lanterna Traseira – Bicolor sem luz de ré;
Bagageiro – Não;
Teto Solar – Não;
Limpador do vidro traseiro – Não;
Acabamento Interno e Instrumentos
Painel – Com mostradores em escala horizontal;
Conta – giros – N/D;
Acabamento do painel – Em vinil preto, e metal na cor do carro;
Volante – De dois raios de plástico injetado, com meia lua cromada, para acionamento da buzina;
Sistema de som – Sim;
Ventilador – Sim;
Ar – condicionado – Não;
Ar – quente – N/D;
Luz de leitura – Não;
Relógio – Analógico;
Acendedor de cigarros – Sim;
Cinzeiro – Sim;
Acionamento dos vidros – Manual basculante;
Sistema de travamento das portas – Mecânico;
Ajuste dos retrovisores externos – Manual;
Acabamento dos bancos – Em vinil e veludo;
Acabamento das portas – Em vinil e veludo;
Luz de Sinalização no rodapé das portas – Não;
Banco traseiro – Sem acessórios;
Encosto de cabeça – Não;
Desembaçador elétrico do vidro traseiro – Não;
Assoalho – Acarpetado;
Porta-malas – Acarpetado;
Ficha Técnica – Simca Chambord Tufão 1965
Carroceria – Sedã;
Porte – Grande;
Portas – 4;
Motor – Aquilon V8 2.5;
Cilindros – 8 em V;
Válvulas por cilindro – 2;
Posição – Longitudinal;
Combustível – Gasolina;
Potência – 140 cv;
Peso Torque – N/D kg/kgfm;
Cilindrada – 2414 cm³;
Torque máximo – 23 kgfm a 3300 rpm;
Potência Máxima – 5500 rpm;
Tração – Traseira;
Alimentação – Carburador;
Direção – Simples;
Câmbio – Manual de 3 velocidades com alavanca na coluna de direção;
Embreagem – Monodisco a seco;
Freios – Freio a tambor nas 4 rodas;
Peso – 1290 kg;
Suspensão dianteira – Independente, McPherson;
Suspensão traseira – Eixo rígido – Mola helicoidal;
Comprimento – 4720 mm;
Distância entre-eixos – 2690 mm;
Largura – 1170 mm;
Altura – 1450 mm;
Aceleração de 0 a 100 – 23 Segundos;
Velocidade máxima – 140 km/h;
Consumo: Cidade 5 km/l – Estrada 8 km/l;
Autonomia: Cidade N/D km – Estrada N/D km;
Porta malas – N/D Litros;
Carga útil – Não informado;
Tanque de combustível – N/D Litros;
Valor atualizado Aproximado – R$ 125.125,00;
Valor atualizado aproximado se refere apenas a uma estimativa de quanto o carro custaria hoje Zero Km na concessionária – Não possui nenhum parâmetro real do mercado atual.
O Motor Tudo, NÃO trabalha com nenhum tipo de comércio de carros, apenas faz matérias sobre a história de carros clássicos brasileiros.