O Passat 86, na versão LSE ou na série especial Passat do mês, foram os modelos tipo exportação com unidades comercializadas dentro do território brasileiro. O modelo na carroceria 4 portas era o famoso Iraquiano, exportado para o Oriente Médio, e o mesmo modelo mas na carroceria 2 portas ficou conhecido como nigeriano, exportado para o continente africano.
Mas a história começou bem lá atrás. A filial da montadora alemã aqui no Brasil, em São Bernardo do Campo SP, tinha com o governo nigeriano acordos comerciais, desde a década de 1970, e exportava o nosso VW Brasília 4 portas, rebatizado de VW Igala.
O Passat exportação, na verdade era uma versão 4 portas LSE que começou a ser vendida no Brasil em outubro de 1977 já como modelo 1978, com um acabamento interno diferenciado e com opcional para ar – condicionado. No início da década de 1980, um acordo entre o regime militar de Saddam Hussein e o Presidente brasileiro também militar, João Baptista Figueiredo, firmaram um compromisso, e em 1983 nasce o Passat tipo exportação iraquiano.
Em 1982 com o fim da produção do VW Brasília ou VW Igala, a montadora passa a exportar para a Nigéria o mesmo Passat LSE, porém na carroceria 2 portas, e sem nomenclatura, apenas como VW Passat 1.6.
A diferença entre os dois modelos, além da carroceria duas portas, era a falta do encosto de cabeça no banco traseiro e dos mostradores no console da alavanca de marchas do modelo nigeriano. Aqui no Brasil passaram a ser comercializados no final de 1985 até 1987, como Passat LSE e Passat do mês.
Ambos não receberam no final de 1985, o upgrade para o motor AP 1.6, ainda utilizavam o MD_270 1.6. O motivo era que o Iraque, estava mergulhado em uma guerra, e a Nigéria passava por uma forte crise econômica e financeira. A Volkswagen não conseguiu uma logística viável, para implantar uma nova tecnologia nos dois países, reabastecer concessionárias, que em muitos casos estavam completamente falidas ou inoperantes, transporte de material e etc.
A unidade aqui da matéria é um VW Passat LSE 1.6 1986, “Iraque”, que passou por um impecável processo de restauração, e hoje pertence ao colecionador Cristiano Pissolatto, da empresa Garagem Multimarcas.
Desempenho
Estabilidade – O Passat quadrado foi o carro nacional mais equilibrado entre os anos de 1974 e 1989, muito eficiente e seguro em curvas de alta mesmo com o piso molhado. Em retas, em velocidades acima de 160 km/h, era firme sem balanços repentinos.
Motor – O motor MD-270 1.6, era eficiente e muito confiável, com uma ótima aceleração, indo de 0 a 100 em 15,5 segundos, bons números para um modelo 1.6 que pesava mais de 1000 kg.
Câmbio – O câmbio manual de 4 velocidades, era de relações bastante elásticas, engates macios e precisos, deixando o carro divertido de dirigir, mas na estrada em velocidades acima de 110 km/h, o carro pedia a 5ª marcha que não existia.
Retomadas e ultrapassagens – Sem dúvida era um dos modelos nacionais mais eficiente e seguro, com um conjunto de motor e câmbio que respondia muito bem ao pedal do acelerador.
Consumo – Na versão a gasolina, fazia 9 km/l na cidade, um consumo considerado muito bom para um modelo médio da década de 1980.
Acabamento Externo
Faróis – Faróis de lentes quadradas, duplos na horizontal, embutidos em uma moldura cromada;
Setas dianteiras – Embutidas no para-choque;
Para – choques – Envolventes na cor preto;
Faróis de neblina – Opcional;
Grade de ar do motor – Em lâminas na horizontal na cor grafite;
Retrovisores Externos – Panorâmicos com ajuste mecãnico interno;
Frisos – Emborrachado em toda a extensão do carro;
Rodas – De aço 175/70 R13;
Maçanetas – Na cor grafite;
Logo – “Passat LSE”, Na tampa do porta – malas;
Lanterna Traseira – Frisadas tricolor com luz de ré;
Bagageiro – Não;
Teto Solar – Não;
Limpador do vidro traseiro – Não;
Acabamento interno e Instrumentos
Painel – Com mostradores em escala circular, no console da alavanca do câmbio de marchas também são posicionados alguns mostradores.;
Conta – giros – Sim;
Acabamento do painel – Em vinil em tons grafite;
Volante – Espumado de dois raios;
Sistema de som – Sim;
Ventilador – Sim;
Ar – condicionado – Sim;
Ar – quente – Sim;
Luz de leitura – Sim;
Relógio – Digital;
Acendedor de cigarros – Sim;
Cinzeiro – Sim;
Acionamento dos vidros – Manual basculante;
Sistema de travamento das portas – Mecânico;
Ajuste dos retrovisores externos – Interno mecânico;
Acabamento dos bancos – Em tecido aveludadoo;
Acabamento das portas – Em vinil e tecido aveludado;
Luz de Sinalização no rodapé das portas – Não;
Banco traseiro – Com apoio para o braço e encosto de cabeça para dois passageiros;
Encosto de cabeça – Para quatro passageiros, sendo nos bancos dianteiros com regulagem de altura;
Desembaçador elétrico do vidro traseiro – Sim;
Assoalho – Acarpetado;
Porta-malas – Acarpetado;
Ficha Técnica – Passat 86 – Versão LSE 4 portas – 1.6 tipo exportação
Carroceria – Cupê;
Porte – Médio;
Portas – 4;
Motor – MD-270 1.6;
Cilindros – 4 em linha;
Válvulas por cilindro – 2;
Posição – Longitudinal;
Combustível – Gasolina;
Potência – 72 cv;
Peso Torque – 83,77 kg/kgfm;
Cilindrada – 1588 cm³;
Torque máximo – 12,2 kgfm a 2600 rpm;
Potência Máxima – 5200 rpm;
Tração – Dianteira;
Alimentação – Carburador;
Direção – Simples;
Câmbio – Manual de 4 velocidades com alavanca no assoalho;
Embreagem – Monodisco a seco;
Freios – Freio a disco sólido nas rodas dianteiras e tambor nas rodas traseiras;
Peso – 1022 kg;
Suspensão dianteira – Independente, McPherson – Mola helicoidal;
Suspensão traseira – Eixo de torção – Mola helicoidal;
Comprimento – 4262 mm;
Distância entre-eixos – 2470 mm;
Largura – 1600 mm;
Altura – 1355 mm;
Aceleração de 0 a 100 – 15,5 Segundos;
Velocidade máxima – 151 km/h;
Consumo: Cidade 9 km/l – Estrada 13 km/l;
Autonomia: Cidade 540 km – Estrada 780 km;
Porta malas – 362 Litros;
Carga útil – 450 kg;
Tanque de combustível – 60 Litros;
Valor atualizado Aproximado – R$ 121.845,00;
Valor atualizado aproximado se refere apenas a uma estimativa de quanto o carro custaria hoje Zero Km na concessionária – Não possui nenhum parâmetro real do mercado atual.
O Motor Tudo, NÃO trabalha com nenhum tipo de comércio de carros, apenas faz matérias sobre a história de carros clássicos brasileiros.