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Fusca novo preço fica inflacionado, como todo o mercado de clássicos

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Fusca novo preço fica muito próximo de unidades que passaram por um processo de restauração classe “A”, a triste notícia de um mercado hiperinflacionado. O motivo é o segmento de colecionáveis que nos últimos 18 meses, se tronou muito valorizado, acima das expectativas, e até da previsão de quem trabalha a décadas no mercado. Mas de quem é a culpa?

Um leque automotivo que sempre foi muito atrativo, tanto para compradores e colecionadores, como para revendedores de clássicos. Mas nos últimos 5 ou 7 anos, a interesse por carros antigos aumentou consideravelmente. Fazendo com que o segmento tivesse uma maior rotatividade, ganhando mais relevância e atraindo todo o mercado automotivo, incluído o setor de Marketing de algumas montadoras e startups como o Motor Tudo, que nasceu em 2017.

O grande problema que o nicho enfrenta, é o aumento abusivo do preço de alguns exemplares, por parte do que podemos chamar de aventureiros. São indivíduos que NÃO vivem dentro do mercado, compram um carro antigo, pintam, colocam alguns acessórios de época, e anunciam em sites de vendas, por valores estratosféricos, totalmente fora da realidade.

Um bom exemplo é o Fusca Itamar, o modelo acabou se dividindo em diferentes níveis de preço. Parte dos exemplares que rodam no dia a dia, com um estado de conservação razoável, boa pintura e mecânica em dia, mas que já perderam boa parte dos itens originais de fábrica, como forro de portas e estamparia, partem de R$ 15.000,00 podendo chegar até R$ 18.000,00.

Já uma unidade que rodam no dia a dia, com um estado de conservação razoável, boa pintura e mecânica em dia, que nunca foi mexido e com todos os itens de fábrica, o preço em média fica entre R$ 20.000,00 e R$ 25.000,00.

Um exemplar que passou por um bom processo de restauração, e mantém algo próximo de 100% dos itens de fábrica, fica um pouco mais valorizado com preços que partem de R$ 25.000,00 a R$ 35.000,00.

Já unidades em estado de zero km, ou que passaram por um processo de restauração classe “A” e ainda possuem todos os instrumentos e acessórios originais de fábrica, o preço oscila entre, R$ 40.000,00 e R$ 50.000,00. Existem raras exceções, como unidades com chassi 0001 ou que tenham pertencido a alguma grande celebridade e nunca tenha rodado, neste caso são valores que devem ser analisados por um especialista.

Mas infelizmente o mercado dos colecionáveis foi inundados por aventureiros, que colocam a venda modelos que tem o preço final para o varejo, de no máximo R$ 30.000,00, por valores acima de R$ 90.000,00. Em uma pesquisa realizada pelo site Motor Tudo, na internet e presencial, encontramos verdadeiras aberrações.

O anúncio dizia; “Fusca novo preço só hoje de R$ 130.000,00, um modelo Itamar, o exemplar se tratava de um Fusca Itamar 1994 para colecionadores”. Ao olhar as fotos de perto, verificamos que se tratava de um carro que havia sido totalmente pintado, e a estampa dos bancos não condizia com a estampa original do carro.

Mas o que mais nos chamou a atenção, foi um Fusca do final da década de 1960, que esta a venda aqui no litoral paulista, um exemplar que no estado que se encontrava, custaria no máximo entre R$ 6.000,00 e R$ 8.000,00, mesmo assim fomos ver o carro de perto. No anúncio dizia: “Fusca 1967 em raríssimo estado de conservação”, preço R$ 67.000,00. Mas antes de ir ao local, telefonei e perguntei. É um carro restaurado pronto para fazer parte de um acervo de um colecionador? A resposta foi sim.

Ao chegar no local, não era uma loja, e sim o quintal de uma casa onde um homem de meia idade pintava carros, verificamos diversos veículos da década de 1980 e 1990, como Opala, Gol quadrado, Brasília entre outros, todos praticamente em estado de sucata. Eram reformados e vendidos na internet. O Fusca 1967 de R$ R$ 67.000,00, havia ganho uma pintura de pistola em um ambiente com chão de terra batida sem piso, era fácil ver as pequenas marcas de grão de areia coladas na lataria, além dos nítidos sinais de fibra de vidro na parte inferior do veículo.

Fusca novo preço

Mas o que mais chamou a atenção, foi o painel, nitidamente havia sido retocado de pincel, a moldura do velocímetro, assim como o vidro do mesmo, tinham grandes manchas de tinta. Outro detalhe, foi ao passar o dedo no cano do escapamento, a borra preta que ficou no meu dedo, indicava óleo queimando, que logo foi confirmado ao ligar o carro, a cor da fumaça levemente esbranquiçada, mostrou que algo não estava certo.

Mesmo assim seguimos com as negociações. Ao falar que a pintura não me agradava e que o motor tinha sinais de fadiga, o referido vendedor se exaltou dizendo. “Só vendo carros para colecionadores, este Fusca não tem qualquer tipo de problema”. Mesmo assim aceitaria baixar o preço para R$ 65.000,00.

A última pesquisa, e talvez a que mais nos deixou assombrado, foi um anúncio em um site de vendas genérico, aqueles portais que vendem desde chinelos até imóveis. Era o anúncio de um Fiat Uno 1.0 1995, veículo que custa em média R$ 5.000,00. E em estado de zero km que nunca tenha rodado e que esteja 100% original com pintura e acabamento perfeitos, o preço fica entre R$ 25.000,00 e R$ 40.000,00.

O exemplar do anúncio, estava com a pintura manchada, o painel visivelmente havia ficado exposto ao sol por anos, descorado e com muitas micro trincas, os bancos encardidos, e o preço pedido pelo proprietário era de R$ 18.000,00. Curioso para saber o motivo do valor acima do mercado, sem pensar duas vezes entrei em contato com o vendedor. Em conversa pelo messenger do referido site de vendas, trocamos Whatsapp.

Batemos um papo, e descobri que era um jovem de pouco mais de 20 anos, e fui sincero, falei que estava fazendo uma matéria para entender melhor o mercado de carros antigos. O referido vendedor me relatou o motivo do valor tão alto. “Eu anúncio o carro por este preço, pelo seguinte motivo. Tem cara que compra da um banho de tinta, uma boa polida, lava os estofados e passa um pretinho no painel. O carro fica com cara de novo por uns 6 meses, ai vendem por uns R$ 30.000,00”.

Conclusão: O mercado dos colecionáveis tem muita gente séria, a grande maioria de colecionadores, vendedores, lojistas e fás do mercado são sérios e honesto. Compram e vende exemplares dentro do preço e da realidade do veículo. Mas um pequeno grupo que não tem compromisso profissional e financeiro com o segmento, acabam inflacionando o mercado.

Todos tem o direito de comprar, vender, reformar, ou fazer qualquer negócio com carros antigos. Mas o discernimento, na hora da negociação é fundamental. Quando colocar anúncios como, “Fusca novo preço”, pense bem. Comece seu negócio sendo sincero com você mesmo, e com seu cliente ou fornecedor. Se hoje você tem um colecionável que vale R$ 5.000,00, venda pelo preço real, assim ganhará a confiança do mercado, e em pouco tempo alcançará o patamar entre os mais conhecidos e confiáveis do segmento.

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