Oferecido com um visual bem norte-americano, luxo, requinte e glamour, o carro da classe A, brasileira na década de 1970
Dodge Magnum 78, uma compra bastante interessante na segunda metade da década de 1970, era o melhor que a indústria automobilística brasileira poderia oferecer, além de um visual de muito bom gosto, ótima qualidade do acabamento, diversos instrumentos de serie como, como ar-condicionado e ajuste interno mecânico dos retrovisores, aliado a um preço bem salgado.
Os modelos de grande porte de luxo, dentro do mercado brasileiro, Ford Galaxie / Landau e Chevrolet Opala, já haviam se consolidado, e suas vendas iam de vento em popa, já os modelos Dodge, ainda buscavam um lugar ao sol, tentando sair da crise que a montadora mergulho desde 1976.
O grupo Dodge / Chrysler passava por dificuldades no cenário internacional, e no Brasil as vendas não alavancavam, então a única solução era oferecer muito por um preço a altura de seus concorrentes.
Preço aproximado atualizado dos modelos de luxo em 1978
Ford Landau Série II – R$ 388.752,00.
Opala Comodoro com todos os Opcionais – R$ 277.125,00
Dodge Magnum 78 – R$ 212.852,00
Valor atualizado aproximado se refere apenas a uma estimativa de quanto o carro custaria hoje Zero Km na concessionária – Não possui nenhum parâmetro real do mercado atual.
Mas se oferecia tanta qualidade, a um preço baixo dentro de segmento dos carros nacionais de luxo, porque as vendas não alavancavam?
A resposta estava na tendência de mercado, e na influência de cada montadora no cenário político, além da crise do petróleo e a inflação que corroía o país.
O Chevrolet Opala, com um estilo europeu, automaticamente agradava ao público em geral, o modelo tinha suas bases de mercado, estruturadas na qualidade do produto e na preferência natural do público.
Já o Ford Galaxie/Landau, tinha um mercado bastante específico no meio político, vendas de lotes pré-encomendados a cada 3 ou 4 anos, dentro do médio e alto escalão dos líderes nacionais.
O baixo número de unidade emplacadas, se deu a uma matemática simples. Estilo norte-americano + público com gosto para carros europeus + falta de influência no senário político + crises econômicas e do petróleo = Concessionárias vazias.
Desempenho
Estabilidade – O conjunto, carroceria, chassi e suspensão, ainda era atualizado para a época, mesmo assim era sempre bom o motorista ficar atento a curvas de alta e em retas em altas velocidades, suspensão muito macia + direção hidráulica pouco precisa = ver o mundo girar.
Motor – Utilizando o motor Dodge LA 318 de 208 cv, deixava a desejar em velocidade final, apenas 167 km/h, o motivo era para evitar a concorrência no quintal de casa com a versão esportiva, charger R/T.
Câmbio – O câmbio manual de 4 velocidades, tinha engates precisos e cumpria com seu papel para um modelo de luxo da década de 1970.
Retomadas e ultrapassagens – Com um motor com muito fôlego e um câmbio descomplicado, o carro era seguro e eficiente, indo de 0 a 100 em 13 Segundos.
Consumo – No final da década de 1970, consumir 5 km/l na cidade e 8 km/l na estrada, já não era tão confortável, como no início da década, mas para quem tinha dinheiro para comprar um modelo de luxo, não fazia tanta diferença.
Acabamento Externo
Faróis – Redondos de lentes boleadas, duplos na horizontal, embutidos em uma moldura bipartida;
Setas dianteiras – Embutidas atrás da grade de ar do motor entre os faróis – Com repetidor de setas na parte superior dos para – lamas;
Para – choques – Largas lâminas de aço carbono cromadas;
Faróis de neblina – Não;
Grade de ar do motor – Em alumínio bipartida com frisos na horizontal e vertical;
Retrovisores Externos – Redondos, cromados e com controle mecânico interno;
Frisos – Adesivo branco em toda a extensão lateral do carro;
Rodas – Enraiadas tradicionais versão Magnum;
Maçanetas – Cromadas;
Logo – “Magnum” na lateral do para lamas dianteiro;
Lanterna Traseira – Bicolor com luz de ré;
Bagageiro – Não;
Teto Solar – Não;
Limpador do vidro traseiro – Não;
Acabamento Interno e Instrumentos
Painel – Com mostradores básicos em escala circular;
Conta – giros – Não;
Acabamento do painel – Em couro, madeira e aço, em tons marrom;
Volante – Espumado de quatro raios, estilo executivo, com acabamento em couro;
Sistema de som – Sim;
Ventilador – Sim;
Ar – condicionado – Sim;
Ar – quente – Sim;
Luz de leitura – Não;
Relógio – Analógico no centro do mostradores;
Acendedor de cigarros – Sim;
Cinzeiro – Sim;
Acionamento dos vidros – Manual basculante;
Sistema de travamento das portas – Mecânico;
Ajuste dos retrovisores externos – Mecânico interno;
Acabamento dos bancos – Em fino tecido aveludado;
Acabamento das portas – Em couro carpete e veludo;
Luz de Sinalização no rodapé das portas – Não;
Banco traseiro – Estilo poltrona;
Encosto de cabeça – Para quatro passageiros, embutidos nos bancos;
Desembaçador elétrico do vidro traseiro – Não;
Assoalho – Acarpetado;
Porta-malas – Acarpetado;
Ficha Técnica – Dodge Magnum 78
Carroceria – Cupé;
Porte – Grande;
Portas – 2;
Motor – LA 318 5.2;
Cilindros – 8 em V;
Posição – Longitudinal;
Peso Torque – 39,95 kg/kgfm;
Tração – Traseira;
Combustível – Gasolina;
Alimentação – Carburador;
Direção – Hidráulica;
Câmbio – Manual de 4 velocidades, alavanca no assoalho;
Embreagem – Monodisco a seco;
Freios – Freio a disco ventilado nas rodas dianteiras e tambor nas rodas traseiras;
Peso – 1678 kg;
Comprimento – 5140 mm;
Distância entre-eixos – 2820 mm;
Potência – 208 cv;
Cilindrada – 5212 cm³;
Torque máximo – 42 kgfm a 2400 rpm;
Potência Máxima – 4400 rpm;
Aceleração de 0 a 100 – 13 Segundos;
Velocidade máxima – 167 km/h;
Consumo: Cidade 5 km/l – Estrada 7 km/l;
Autonomia: Cidade 535 km – Estrada 749 km;
Porta malas – 407 Litros;
Carga útil – Não informado;
Tanque de combustível – 107 Litros;
Valor atualizado Aproximado – R$ 212.852,00 ;
Valor atualizado aproximado se refere apenas a uma estimativa de quanto o carro custaria hoje Zero Km na concessionária – Não possui nenhum parâmetro real do mercado atual.
O Motor Tudo, NÃO trabalha com nenhum tipo de comércio de carros, apenas faz matérias sobre a história de carros clássicos brasileiros.
Andei muito num idêntico esse, era de um tio meu, comprou zero na época. Lembro que ele comprou um Magnum e um amigo dele comprou um lebaron azul. Deu até saudade.
Matéria ótima com lindas fotos. Atende não concurso com o valor, eu me lembro que ele era um carro muito caro, meu pão tinha um Dodge dart, não sei precisar e optou por comprar o Opala pelo preço, tenho certeza disso. Parabéns pela matéria e parabéns ao sono do carro, está lindo!
Tenho interesse no carro
NÃO trabalho com vendas ou qualquer outro tipo de comércio de carros, apenas faço matérias sobre a história de carros clássicos brasileiros, leia a matéria na integra com atenção que entenderá. Obrigado
Recordei que um tio, que possuiu posto de gasolina, na década de 1970, recebeu como pagamento de uma dívida, não tão grande, um belíssimo Galaxie 500 na cor azul, justamente porque o valor do carro havia despencado, devido à alta do preço da gasolina. Dali a pouco tempo, ele se desfez do veículo, também.
Super máquina. Li na internet, que em alguma época, esses carrões, devido à alta do combustível tiveram valores de TVs e geladeiras. Talvez no final da década de 1970, início da década de 1980. Hoje, valem fortunas. Amaria ter um carro desses. Que pena que perdi a oportunidade de comprar. Lembro que no início da década de 1990, o Opala 6 cilindros, coupé, ano 1980/1981 tinha até um valor acessível para mim. Marquei bobeira e não comprei. Oportunidade perdida, troquei meu Gol por uma Parati, que foi um ótimo negócio, mas ficaria mais feliz se tivesse comprado o Opalão.
Magnífica restauração, merece estar em exposição (aliás, está?). Gostaria de ver de perto esta raridade. Tem algum Charger RT nesta coleção?
Parabéns!