Para cumprir as exigências do governo federal, que todo modelo deveria ter uma porcentagem mínima da produção com motores a álcool, tanto carros de passeios, como utilitários leves “picapes”, e até os caminhões entraram na mira do Proálcool, o combustível derivado da cana de açúcar.
A Volkswagen já pegou o projeto pronto lá em 1980, quando adquiriu os direitos da Dodge/Chrysler, que participou diretamente com o governo federal, no desenvolvimento dos primeiros motores a álcool, no meio da década de 1970.
Em 1980 já como modelo 1981, sai do forno o Dodge E-13 motor a álcool Chrysler 318 E – V8 5.2. No segundo semestre de 1982, exatamente os mesmos modelos, recebem a cabine e adereços VW.
O sistema de partida a frio era basicamente o mesmo de carros de passeio, o manual de instruções indicava o seguinte procedimento.
Partida a frio
1- Vire a chave no contato até aparecerem as luzes acesas no painel, “mas sem ligar o motor”;
2 – Puxe totalmente o botão do afogador;
3 – Aperte o botão do injetor, para injetar gasolina no carburador.
4 – De a partida no motor.
5 – Após o motor estabilizar o giro, ou alcançar 2500 rpm, empurre um pouco o botão do afogador e aguarde por alguns minutos, até o ponteiro da temperatura do motor, indicar o aquecimento correto, para movimentar o veículo.
Partida com motor quente
1- Vire a chave no contato até aparecerem as luzes acesas no painel, “mas sem ligar o motor”;
2 – Puxe totalmente o botão do afogador;
3 – Flexione 3 ou 4 vezes o pedal do acelerador até o assoalho;
4 – De a partida no motor;
5 – Assim que o motor entrar em funcionamento, e estabilizar o giro, empurre imediatamente o botão do afogador para o ponto zero, e já poderá movimentar o veículo.
Já a unidade aqui da nossa matéria, é um Caminhão VW 22-160 V8 a álcool 1987, ainda em estado de zero km, que já trazia uma tecnologia um pouco mais moderna, era mais fácil a partida a frio. Alguns modelos tanto Volkswagen, como Ford e Chevrolet, chegaram a sair de fábrica com afogadores automáticos, mas que causavam alguns desconfortos, quando o caminhão afogava no trânsito, se o sistema identificasse que o motor estava na temperatura ideal, o afogador não era acionado, e o motorista, tinha que se virar com o pedal do acelerador.
Ainda falando sobre o Caminhão VW 22-160 V8 a álcool 1987, foi uma época que centenas de milhares de unidades a álcool foram comercializadas, tanto Volkswagen, como Ford e Chevrolet, mas existia um bom motivo para isso.
Os modelos movidos a álcool, ficaram conhecidos como caminhões canavieiros, não apenas pelo combustível que usavam, mas foram largamente comercializados em situações de transporte de pequenos trechos, como em canaviais, e para uso interno em grandes indústrias.
CURIOSIDADE: Na cidade de Cubatão litoral paulista, em 1984 abrigava o maior polo industrial do Brasil, com 18 indústrias, além de uma refinaria de petróleo e uma das maiores siderurgicas do mundo, a antiga COSIPA, no mesmo ano a cidade foi classificada pela OMS, ONU e outras instituições mundiais, como o “Vale da Morte”, a cidade mais poluída do planeta.
Para conter a poluição, foram instalados sensores eletrônicos vindos da Alemanha, em toda a parte interna das indústrias, mas rapidamente descobriram que o sistema não conseguia captar gazes provenientes de motores a combustão a álcool, rapidamente todas as indústrias substituíram suas gigantescas frotas de carros, picapes e caminhões por modelos a álcool.
Valor atualizado Aproximado – R$ 198.258,00 – Sem carroceria;
Valor atualizado aproximado se refere apenas a uma estimativa de quanto o carro custaria hoje Zero Km na concessionária – Não possui nenhum parâmetro real do mercado atual.
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