Marcou sua história na indústria automobilística nacional, e até hoje um dos modelos mais procurados por colecionadores e fãs de carros antigos
Ele iniciou sua trajetória em 1968, como um compacto, e em 1972 reposicionado como modelo médio, dominou o mercado dos médios durante a década de 1970 ao lado do VW Passat, e encerrou sua saga com a versão Corcel 2 1986.
Entre os anos de 1968 e 1973, reinou em absoluto dentro do seu segmento, e durante a década de 1970 e início da década de 1980, foi o responsável por manter a economia da Ford na transição dos Muscle Cars, para os modelos médios e compactos.
Entre os anos de 1981 e 1983, a família Ford Corcel – Del Rey, atingiu incríveis picos de vendas, a fila de espera por um zero km, poderia chegar até 120 dias, dependendo da versão solicitada e região que o comprador morasse.
Em 1985 o mercado dos médios cupê e hatchs, começaram a perder força, a tendência passou a ser, peruas, sedãs e hatchs compactos.
A Ford tinha em seu segmento o hatch médio, Ford Escort que dominava as vendas em sua categoria, e o Del Rey, que na prática era um Corcel sedã, com uma suspensão diferenciada e um acabamento mais refinado.
Sem muitas opções de mercado, e com novas tendências surgindo para a segunda metade da década de 1980, a Ford decidiu descontinuar o modelo que praticamente sustentou a montadora, entre os anos de 1975 e 1983.
Desempenho
Estabilidade – O conjunto, carroceria, chassi e suspensão, ainda era eficiente para a época, mas a suspensão muito macia, deixava o carro instável em curvas de alta.
Motor – Utilizando o motor CHT 1.6 de a álcool de 71,6 cv, deixava o Corcel 2 1986 dentro dos padrões para um modelo médio da época.
Câmbio – O câmbio de 5 velocidades, era eficiente, macio nas trocas, mesmo em trocas mais rápidas mantinha uma boa performance, o ponto negativo ficava para o barulho que o engate da ré fazia, nada normal para um carro de médio porte.
Retomadas e ultrapassagens – O conjunto motor e câmbio já havia atingindo um patamar bastante atualizado para a época, não tinha o mesmo desempenho de um esportivo ou dos modelos 1.8 ou 2.0, mesmo assim era eficiente e muito seguro.
Consumo – Na versão 1.6 a álcool, tinha um consumo considerado dentro dos padrões par a época, 13,3 km/l, na estrada, nos motores a álcool, na estrada, mas com 5 adultos e porta malas cheio o consumo aumentava mais do que esperado.
Acabamento Externo
Faróis – Retangular, chanfrados nas extremidades, de lentes planas.
Setas dianteiras – Embutidas em um mesmo conjunto com os faróis;
Para – choques – Em lâminas de aço carbono na cor grafite;
Faróis de neblina – Não;
Grade de ar do motor – De plástico, na horizontal na cor grafite;
Retrovisores – Satélites com controle mecânico interno;
Frisos – Emborrachado com detalhes cromados em toda a extensão lateral do carro;
Rodas – Rodas de aço, tradicionais da família Corcel 185/70 R13;
Maçanetas – Cromados;
Logo – “Corcel” na tampa do porta malas;
Lanterna Traseira – Tricolor frisada, com luz de ré;
Bagageiro – Não;
Teto Solar – Não;
Limpador do vidro traseiro – Não;
Acabamento Interno e Equipamentos
Painel – Com mostradores básicos em escala circular;
Acabamento do painel – Em vinil na cor grafite;
Volante – Espumado de dois raios;
Sistema de som – Rádio toca fitas AM/FM Ford Philco;
Ventilador – Sim;
Ar – condicionado – Não;
Ar – quente – Sim;
Luz de leitura – Não;
Relógio – Não;
Acendedor de cigarros – Sim;
Cinzeiro – Sim;
Acionamento dos vidros – Manual basculante;
Sistema de travamento das portas – Mecânico;
Ajuste dos retrovisores externos – Interno mecânico;
Acabamento dos bancos – Em tecido plástico;
Acabamento das portas – Em vinil;
Luz de Sinalização no rodapé das portas – Sim;
Banco traseiro – Sem acessórios;
Encosto de cabeça – Para dois passageiros;
Desembaçador elétrico do vidro traseiro – Sim;
Assoalho – Acarpetado;
Porta-malas – Acarpetado;
Ficha Técnica – Corcel 2 1986
Carroceria – Coupé;
Porte – Médio;
Portas – 2;
Motor – CHT 1.6;
Cilindros – 4 Em linha;
Posição – Longitudinal;
Tuchos – Mecânicos;
Tração – Dianteira;
Combustível – Álcool;
Alimentação – Carburador;
Direção – Simples;
Câmbio – Manual de 5 velocidades, alavanca no assoalho;
Embreagem – Monodisco a seco;
Freios – Freio a disco sólido nas rodas dianteiras e tambor nas rodas traseiras;
Peso – 1006 KG;
Comprimento – 4498 mm;
Distância entre-eixos – 2438 mm;
Potência – 71,6 cv;
Cilindrada – 1555 cm³;
Torque máximo – 11,9 kgfm a 2400 rpm;
Potência Máxima – 5000 rpm;
Aceleração de 0 a 100 – 16 Segundos;
Velocidade máxima – 155,8 km/h;
Consumo: Cidade 8,3 KM/L – Estrada 13,3 km/l;
Autonomia: Cidade 473,1, km – Estrada 758,1 km;
Porta malas – 380 Litros;
Carga útil – Não Informado;
Tanque de combustível – 57 Litros;
Valor atualizado Aproximado – R$ 125.165,00.
Valor atualizado aproximado se refere apenas a uma estimativa de quanto o carro custaria hoje Zero Km na concessionária – Não possui nenhum parâmetro real do mercado atual.
O Motor Tudo, NÃO trabalha com nenhum tipo de comércio de carros, apenas faz matérias sobre a história de carros clássicos brasileiros.
Esse último Corcel ll, com frente do DelRey, foi o Ford mais bonito já produzido.
Como nos anos 80, praticamente só se vendia, além de motorização a álcool, hatches, peruas e sedans 2 portas.
Demorou um pouco pra o mercado optar pelos modelos 4 portas (ou com portas traseiras).
Méritos nesse caso, a Quantum e Prêmio CSL, que persistiram nesses formatos com versões exclusivas.
No caso do Corcel ll, essa preferência da época do mercado brasileiro (carros 2 portas), explica por quê o modelo caiu.
Pois desse modo, acabou sendo prejudicado pela Ford, ao ”competir” com versões menos equipadas do Del Rey (como o L da reportagem e o GL), que sendo seu produto ”top”, teve opções 2 portas em todas as suas versões (L, GL, Ghia e GLX).
Um modo que a montadora poderia ter adotado teria sido: versões mais básicas do Del Rey, somente com 4 portas, deixando o Corcel ll exclusivo como 2 portas das versões L e GL (e talvez GLX).
E versão Ghia, a mais equipada, aí sim, com opções 4 e 2 portas, só do Del Rey, como ocorreu de fato.
Talvez então o Corcel ll tivesse sua existência prolongada até a chegada do Verona (Escort sedan 2 portas, lançado em 1989) e a Ford não teria perdido terreno pra Santana e Monza no segmento dos sedãs médios.
Os maiores picos de vendas do Corcel II não foram entre 81 e 82, quando ele já estava em franco declínio. As maiores produções foram entre 78 e 80. Nos dez primeiros meses de produção, desde outubro de 1977 o Corcel II teve 100.000 unidades vendidas.