Entre os Carros esportivos brasileiros, da década de 1980, sem dúvida o que causava um grande frisson nos amantes de carangas nervosas era o XR3. Mesmo não tendo um desempenho a altura de seus principais concorrentes, estava entre os carros nacionais mais caros e emplacados.
Como já citado em outras matéria, a família Escort quando desembarcou no Brasil, trouxe da Europa apenas a metade do projeto, a carroceria e o acabamento interno. Suspenção, câmbio e motor, foram herdados do Ford Corcel, o antigo projeto Renault 12, ganha mais uma chance. O propulsor recebeu um generoso upgrade, passou a ser montado na transversal e foi rebatizado de CHT.
Incrivelmente no ano de lançamento, o XR3 superou em velocidade final e aceleração de 0 a 100, o Monza hatch 1.6 e o Passat GTS com o motor MD-270 1.6. Mas logo de cara as revistas automotivas perceberam que algo estava errado. Não apenas o esportivo XR3, mas toda a família Escort tinha sérios problemas em fazer curvas de alta, e balançava muito em retas em altas velocidades.
O projeto aqui no Brasil com a suspensão muito macia, sofria do chamado efeito flutuante, quando o veículo tem o peso mal distribuído, ficando com a traseira muito leve ou com falta de apoio, o resultado eram balanços repentinos em retas, e saídas de traseiras em curvas.
No ano seguinte em 1984, o XR3 passa de esportivo nacional mais rápido para o mais apático, o VW Passat ganha o motor MD-280 1.8 com câmbio 4 marchas, nasce o compacto Gol GT 1.8, ambos os modelos eram mais nervosos, robustos e equilibrados que o esportivo Ford.
Em 1985 o Uno SX 1.3 mesmo não sendo um esportivo, tinha uma aceleração de 0 a 40 mais rápida que o XR3, em 1985/86 chegam ao mercado o Monza S/R 1.8 e o Uno 1.5R, Todos mais rápidos equilibrados e eficiente que o XR3. Mesmo assim o esportivo médio da Ford continuou no topo entre os nacionais mais emplacados.
Entre os anos de 1983 e 1985, quando o XR3 deu seus maiores picos de vendas, tinha um visual simplesmente fantástico, quem viveu a época sabe muito bem que, a sensação em ver o carro pela primeira vez, era de estar presenciando algo extremamente moderno e bonito.
O belo visual resultou no carro mais caro do Brasil na carroceria conversível, superando até mesmo o Opala Diplomata 6 cilindros e o Alfa Romeo 2300, na carroceria hatch, era mais caro e mais emplacado que o Passat GTS Pointer 1.8 e que o Monza S/R 1.8.
O Exemplar da matéria, Carros esportivos brasileiros, é um Escort XR3 1986, equipado com o motor CHT 1.6 a álcool de 81,7 cv, Torque máximo de 12,2 kgfm a 4000 rpm, velocidade final real de 163,6 km/h e aceleração de 0 a 100 em 13,4 segundos. Quanto ao consumo, na cidade 7,9 km/l e Estrada 12,7 km/l.
Acabamento Externo
Faróis – Faróis retangulares de lentes planas, chanfrados nas extremidades;
Setas dianteiras – Embutidas no mesmo conjunto dos faróis;
Para – choques – Em lâminas de aço carbono pintados na cor da carroceria, com frisos emborrachados.;
Faróis de neblina – Sim, e luzes de longo alcance na parte superior do para – choque;
Grade de ar do motor – Em lâminas na horizontal de plástico, na cor grafite;
Retrovisores Externos – Panorâmicos na cor grafite com controle interno mecânico;
Frisos – Fino adesivo lateral, na cor vermelho, dando um ar mais esportivo;
Rodas – De liga – leve 185/60 R14;
Maçanetas – Na cor grafite;
Logo – “Escort XR3”, Na tampa do porta – malas;
Lanterna Traseira – Tricolor com luz de ré;
Bagageiro – Não;
Teto Solar – Sim;
Limpador do vidro traseiro – Sim;
Acabamento Interno e Instrumentos
Painel – Com mostradores em escala circular;
Conta – giros – Sim;
Acabamento do painel – Em vinil cinza;
Volante – Espumado de dois raios;
Sistema de som – Sim;
Ventilador – Sim;
Ar – condicionado – Opcional;
Ar – quente – Sim;
Luz de leitura – Sim;
Relógio – Digital no teto;
Acendedor de cigarros – Sim;
Cinzeiro – Sim;
Acionamento dos vidros – Elétricos;
Sistema de travamento das portas – Elétrico;
Ajuste dos retrovisores externos – Interno Mecânico – Opcional elétrico;
Acabamento dos bancos – Em tecido aveludado, em tons cinza e detalhes em vermelho;
Acabamento das portas – Em vinil e tecido aveludado;
Luz de Sinalização no rodapé das portas – Não;
Banco traseiro – Sem acessórios;
Encosto de cabeça – Para dois passageiros com regulagem de altura nos bancos dianteiros;
Desembaçador elétrico do vidro traseiro – Sim;
Assoalho – Acarpetado;
Porta-malas – Acarpetado;
Ficha Técnica – Carros esportivos brasileiros – Modelo Escort XR3 1986
Carroceria – Ford Hatch;
Porte – Médio;
Portas – 2;
Motor – CHT 1.6;
Cilindros – 4 em linha;
Válvulas por cilindro – 2;
Posição – Transversal;
Combustível – Álcool;
Potência – 81,7 cv;
Peso Torque – 76,6 kg/kgfm;
Cilindrada – 1555 cm³;
Torque máximo – 12,2 kgfm a 4000 rpm;
Potência Máxima – 5600 rpm;
Tração – Dianteira;
Alimentação – Carburador;
Direção – Simples;
Câmbio – Manual de 5 velocidades com alavanca no assoalho;
Embreagem – Monodisco a seco;
Freios – Freio a disco ventilado nas rodas dianteiras e tambor nas rodas traseiras;
Peso – 934 kg;
Suspensão dianteira – Independente, McPherson – Mola helicoidal;
Suspensão traseira – Independente, McPherson – Mola helicoidal;
Comprimento – 4060 mm;
Distância entre-eixos – 2393 mm;
Largura – 1588 mm;
Altura – 1336 mm;
Aceleração de 0 a 100 – 13,4 Segundos;
Velocidade máxima – 163,6 km/h;
Consumo: Cidade 7,9 km/l – Estrada 12,7 km/l;
Autonomia: Cidade 379 km – Estrada 610 km;
Porta malas – 305 Litros;
Carga útil – 445 kg;
Tanque de combustível – 48 Litros;
Valor atualizado Aproximado – R$ 231.676,00;
Valor atualizado aproximado se refere apenas a uma estimativa de quanto o carro custaria hoje Zero Km na concessionária – Não possui nenhum parâmetro real do mercado atual.
O Motor Tudo, NÃO trabalha com nenhum tipo de comércio de carros, apenas faz matérias sobre a história de carros clássicos brasileiros.