No final dos anos 80 as montadoras Volkswagen que detinha a maior fatia do mercado nacional e a Ford que queria deslanchar em vendas uniram forças e criaram uma terceira montado a Autolatina.
Após o ano de 1983 o mercado de carros no Brasil ficou dividido em quatro setores.
Volkswagen – que detinha a maior fatia do mercado, dominando com a linha BX, GOL, Voyage, Parati e Saveiro, oferecia de melhor seu motor e câmbio, que além de muito resistentes, eram rápidos e de manutenção baratara.
Chevrolet GM – Dominava o mercado dos grandes com o Opala e Caravan Diplomata e Comodoro, no seguimento dos médios concorria no mercado com a Volkswagen, a fatia era dividida entre os produtos, Monza Hatch, Monza Sedã, Passat e Santana.
Fiat – Ainda estava renascendo com os modelos Uno, Prêmio e Elba, tinha produtos de muita qualidade, mas precisava conquistar o público brasileiro que ainda desconfiava da montadora, o motivo foi os pequenos e problemáticos modelos 147 dos anos 70/80, que fizeram o público ver a montadora como a quarta opção do mercado.
Ford – Se perdeu no meio dos anos 80, após o sucesso da linha Escort, principalmente na versão XR3, por algum motivo, estacionou no tempo, teve dificuldade em convencer sua matriz a fornecer tecnologia para criar modelos mais potentes do motor CHT, mas era a montadora que produzia os carros de pequeno porte mais bonitos e confortáveis do Brasil, tinha um público fiel, mas ainda pequeno em relação a montadora alemã.
Entre os anos de 1984 e 1987 o que mais se houvia entre os fãs da Ford e da Volkswagen era a seguinte frase, “Imaginem um Escort XR3 com motor AP 1800 Volkswagen, se tornaria imbatível, e imaginem um GOL ou Voyage com o painel e acabamento do Escort ficariam perfeitos.”
Pois é parece que os Deuses da industria automobilística deram ouvidos, e a parceria foi criada.
Em 1989 saem da linha de montagem os primeiros produtos da Autolatina, na verdade não foi uma fusão como muitos dizem, e sim uma parceria que criou uma terceira montadora a Autolatina, 51% pertencia ao grupo Volkswagen que ditava as regras.
O que deu certo e o que deu de errado
O que deu certo.
Os mais beneficiados foram os modelos Ford.
A linha Escort e Del Rey, ganharam vida nova, equipados com o potente motor AP 1800 e AP 1800 S Volkswagen, passaram a ter muito mais potência tanto em retomadas de marcha como em altas velocidades, também o nível de ruido em altas rotações se tornou mais baixo.
A versão Escort XR3 foi a mais beneficiada, alem de ganhar o motor AP 1800 S, o mesmo do Gol GTS e em algumas versões também ganho o câmbio do Golf GTi alemão, pouco tempo depois recebeu o AP 20i o mesmo do GOL GTi 2.0.
A linha média do Escort e Del Rey, Versões L, GL, GLX e Ghia também foram beneficiados com motores AP 1800, porém com potência mais comportada que as versões XR3.
Volkswagen Apollo, foi a grande esperança da montadora alemã, na verdade o carro era um Ford Verona, com logo Volkswagen e algumas características que o diferenciavam, era o sonho dos fãs da montadora alemã um Volkswagen com a beleza e o luxo de um Ford.
O que deu errado
A linha dos pequenos da Volkswagen foram a menos beneficiadas, passaram a receber o motor Ford CHT 1.6 ao invés do AP 1.6 Volkswagen que era o motor que fazia a diferença na linha BX.
O GOL, Voyage, Parati e Saveiro perderam em potência, o motor Ford CHT 1.6 tinha qualidade, mas para os fãs da montadora alemã ficou um vazio, o carro passou a ter o mesmo preço de sempre, porém com menos potência.
A Volkswagen colocou a disposição a linha BX com o motor AP 1.8 mas o preço era fora da realidade.
A Pick up da Ford a Pampa, ganho motor AP 1.8 mas não fez nenhum diferença, pois a potencia era limitada por questões de segurança, o carro era muito leve e utilizava feixe de molas na suspensão traseira e dar muito potência poderia se tornar mortal.
Os chamados híbridos
Alguns modelos se misturaram e criaram novos modelos.
O Santana, ganhou um irmão gêmeo o Ford Versailles.
O Ford Verona ganhou o irmão Apollo.
O Escort compartilhou sua carroceria com o Volkswagen Logus.
A Quantum virou Ford Royale.
Em 1995 a parceria terminou.
Conclusão
Chegamos a conclusão que na verdade a Ford e a Volkswagen, criaram diversos modelos para concorrerem entre si no quintal de casa, digamos que foi uma espécie de canibalismo automobilístico,.
Coincidência ou não, os anos que a Autolatina existiu, foram os anos que a Fiat mais cresceu no Brasil, dominou o mercado dos pequenos Hatchs com o Uno, e a Chevrolet não perdeu mercado com o Monza e ainda lançou modelos de outros seguimentos.
Motor Tudo – Auto latina.
Carros dos anos 80