O ano de 2022 foi positivo para o mercado de carros elétricos no Brasil. De acordo com dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o segmento cresceu 41% no ano passado. Ao todo, 49.245 veículos foram emplacados, e o país possui uma frota de 126.504 veículos em circulação pelo território nacional, contando usuários comuns, caminhões e transporte público.
Vale ressaltar que o fato do mercado ainda ser pequeno facilita a obtenção de altas taxas de crescimento. Contudo, os veículos elétricos estão realmente se tornando mais presentes na sociedade, em um processo fomentado, inclusive, pelas grandes empresas automotivas. A Audi, por exemplo, emplacou mais de 118 mil automóveis movidos à eletricidade em 2022, um número 44,3% maior, em relação a 2021.
No caso dos ônibus, a preocupação em utilizar eletricidade também é grande, por conta da quantidade de emissões de gases potencializadores do efeito estufa. Estima-se que um terço das vendas de ônibus realizadas nos últimos cinco anos seja de ônibus elétricos.
O desafio da infraestrutura
Entretanto, a popularização dos veículos elétricos e o estabelecimento desse tipo de transporte no cotidiano das pessoas só ocorrerá, de fato, quando houver uma infraestrutura satisfatória no Brasil. É fundamental que todos os atores do mercado trabalhem em prol de proporcionar ao usuário uma experiência semelhante a que ele está acostumado com os carros comuns.
Assim sendo, o Boston Consulting Group realizou um estudo, cuja conclusão foi de que serão necessários R$ 14 bilhões em investimentos de infraestrutura para recarga elétrica até 2035, para a população aderir aos veículos movidos por eletricidade. A falta de postos de carregamento desencoraja os consumidores. Além da dificuldade de encontrar o equipamento, existe o tempo de espera até o carro estar devidamente “abastecido”.
Segundo a ABVE, cerca de três mil postos de recarga públicos e semipúblicos estão disponíveis no país, representando uma média de 0,24 eletroposto para cada 10 veículos. Além dos poucos locais, a falta de infraestrutura para carregamento ultrarrápido com voltagem de mais de 115 Kw torna o carregamento mais lento. Dessa forma, percorrer grandes distâncias se torna muito difícil.
Ademais, as baterias se deterioram e duram menos com o passar do tempo e o uso frequente. Este é um problema observado em todos os aparelhos eletrônicos e um grande transtorno para os donos de carros elétricos.
O futuro
Apesar das dificuldades para se ter um carro elétrico, eles devem se tornar uma realidade em um futuro próximo. O plano Vorsprung 2030 prevê o fim da fabricação de veículos movidos à combustão até 2033, e tem a intenção de implementar a eletromobilidade nas fábricas. A Audi, por exemplo, pretende lançar somente carros elétricos a partir de 2026.
Portanto, além da previdência privada e do seguro de vida, a compra de um carro elétrico também merece ser incluída no seu planejamento para o futuro em nome da sua tranquilidade nas próximas décadas. A troca das matrizes energéticas mais poluentes é uma das medidas mais importantes para a preservação da vida no planeta.