Dodge Magnum antigo: entenda por que não deu certo. Foi a única montadora entre as chamadas nacionais, que não sobreviveu a crise do petróleo, mas existe um bom motivo para o fracasso de uma das melhores marcas que já passaram pelo Brasil.
No início da década de 1970 a crise do petróleo começa a mexer com o mercado mundial, as montadoras iniciam uma busca para enfrentar a crise, cada marca tinha sua carta na manga e no Brasil não foi diferente, com exceção da Dodge que demorou para acordar.
A Volkswagen foi a que menos se preocupou com a crise, líder de vendas ocupando cerca de 70% do comércio de veículos zero km no Brasil, e sendo fabricante exclusiva de veículos compactos, passou pela crise do petróleo quase sem perceber.
A Ford tinha três cartas na manga, a primeira eram as estatais na área da construção civil e infraestrutura, onde vendia todos os anos centenas de milhares de utilitários tanto Ford como Willys. A segunda válvula de escape da montadora era o Ford Galaxie/Landau, que nas concessionárias tinha vendas bastante modestas.
Mas o gigante V8 de luxo da Ford, era vendido todos os anos em grandes lotes direto da fábrica para o setor político do país, prefeitos, deputados, governadores, senadores, ministros e até presidente da república.
O terceiro e maior trunfo da Ford durante a crise do petróleo foi o Ford Corcel, entre os anos de 1968/69 e 1979, esteve sempre entre os três ou cinco carros nacionais mais vendidos nas concessionárias.
A Chevrolet também sobreviveu graças a três alternativas que foram muito bem exploradas. O Chevrolet Opala era um polivalente, além de ser um veículo que vendia bem nas concessionárias, também servia um determinado setor político. A marca ainda oferecia a versão 4 cilindros, que acabou se tornando um grande negócio para frotistas que precisavam de carros de luxo com uma boa relação custo benefício.
A segunda e extremamente lucrativa alternativa, foi o Chevrolet Veraneio, que entre 1964 e 1974 se tornou o veículo nacional mais comercializado em prefeituras, governos estaduais, e governo federal. Ambulância, serviços funerários, polícia militar, civil e federal.
Em 1975 a Chevrolet ganha novo reforço, o Chevrolet Caravan, a montadora acabou sendo responsável por cerca de 75% dos veículos vendidos para infraestrutura pública do país, mais precisamente Caravan e Veraneio dominaram o setor.
A marca ainda trouxe para o Brasil em 1973 o bem sucedido projeto Opel Kadett em sua terceira geração, um compacto de custo intermediário que vendeu entre 1973 e 1979, 481.931 unidades.
Já o grupo Dodge Chrysler, que chegou ao Brasil em 1969, e já iniciou a produção e venda de seus modelos V8, somente teve sua estrutura totalmente pronta no país em 1971, quando iniciou o projeto para comercializar no Brasil um modelo compacto médio, o Dodge 1800.
Mas algo deu muito errado, o Dodge 1800 tinha tudo para ser o modelo dentro do segmento dos médios e compactos mais eficiente e atrativo do país. Desde o motor 1.8, até o luxo e a qualidade do acabamento. Mas erros no controle de qualidade na montagem do doginho, e o erro na escolha do carburador, não apenas selou o destino do Dodge 1800, mas de toda a montadora.
A Dodge já sob a concessão de sua nova proprietária aqui no Brasil, na virada da década de 1970 para 1980 a Volkswagen, lança sua última cartada, os modelos Le Baron e Magnum, mas sem resultado.
Um bom exemplo é a unidade da nossa matéria o Dodge Magnum antigo, com uma acabamento simplesmente fantástico,, e um excelente conjunto propulsor, mas que encalhou nas concessionárias.
Seu uma válvula de escapa como serviços públicos para escoar sua produção em massa de veículos V8, e com o projeto Dodge 1800 com a imagem queimada no mercado, a montadora acabou fechando as portas no Brasil.