Fiat compactos uma história de amor e desprezo Uno e 147: Quem viveu a época do nascimento dos carros populares e a febre que o Fiat Uno se tornou, não imagina como foi a trajetória da marca.
É impressionante ver o número de pessoas que tem uma certa antipatia e até descaso pelo primeiro projeto da montadora no Brasil, o Fait 147.
Porém poucos sabem que o Fiat 147 e a primeira geração do Fiat Uno, compartilhavam o mesmo conjunto propulsor, e boa parte do projeto da suspensão.
O primeiro compacto da Fiat no Brasil entre os anos de 1976 e 1981, foi o grande líder em vendas em massa direto da fábrica, para serviços públicos e cnpj.
As vendas realizadas nas concessionárias para pessoa física, também eram bastante interessantes para a marca. Em 1984 o moderno Fiat Uno também desembarca por aqui, mas….
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O novo projeto compacto da Fiat, o Uno, era moderno equilibrado, e entregava um visual inovador para o mercado brasileiro, muito utilizado na França e na Itália, com a traseira reta e quadrada.
Mas por aqui não chegou com o mesmo conjunto propulsor e suspensão que rodava na Europa, passou a compartilhar a mesma tecnologia do Fiat 147.
Na Europa já utilizava motor 1.3 e 1.5 a Diesel e gasolina. No final de 1984 ganha o motor 1.5 Turbo i.e, e logo na sequência, o motor 1.3 com injeção eletrônica e opção para turbo.
Por aqui na mesma época, o Uno quadrado compartilhava a mesma tecnologia de motor e câmbio do 147, com alguns upgrades adicionais.
A suspensão do Fiat Uno foi devidamente adaptada para a realidade das ruas e estradas brasileiras, assim compartilhando também muitos itens da suspensão do Fiat 147.
Se ambos os modelos tinham basicamente a mesma estrutura até o meio da década de 1980, fica difícil entender o amor ao Fiat Uno e o descaso de muitos pelo Fiat 147.
O engate das marchas tanto do Fiat 147, como do Fiat Uno, entre os anos de 1984 e 1986, quando foram comercializados simultaneamente no Brasil, tinha exatamente as mesmas limitações.
O motor 1.3 em ambos os veículos, entregava exatamente o mesmo tempo de vida útil, a mesma qualidade e limitações.
A vantagem do Uno quadrado, era sua plataforma bem mais moderna, e por ter uma aerodinâmica mais eficiente, natural de um projeto mais moderno.
Mas engatar a ré, colocar e engatar a primeira marcha no trânsito, para ambos os modelos, não era nada confortável, a partida a frio dos modelos a álcool também enfrentavam as mesmas dificuldade, tanto no Fiat 147, como Uno quadrado.
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Mas por que um virou vilão e o outro celebridade?
O 147 chegou na era dos Volkswagen refrigerados a ar, modelos já cristalizados na cultura brasileira, de fácil manutenção e fácil acesso a peças.
A nova tecnologia Fiat, acabou sendo vítima da famosa bolha comercial, profissionais que pouco conheciam o sistema de motores transversais, sem ferramentas adequadas e sem treinamento para as manutenções, o caminho mais fácil foi transforma o projeto em algo repulsivo.
Já o Fiat Uno, chegou em uma época onde peças e manutenções já estavam ao acesso de todos. Oficinas mecânicas, mesmo não sendo autorizadas, já tiravam de letra os reparos e manutenções dos compactos das Fiat.
Mas o moderno e recém chegado Uno quadrado, oferecia as mesmas limitações do conjunto propulsor do 147, e nem assim se tornou um vilão.
O projeto Fiat Uno, também contou com sorte e com a preciosa herança que o irmão já descontinuado o 147. No início da década de 1990, com os novos incentivos fiscais para motores 0.8 e 1.0, para criação de carros populares, a Fiat apenas estendeu um braço e saiu na frente com o Fiat Uno 1.0.
Basicamente utilizando o mesmo motor 1050, do Fait 147, que já havia ganho um significativo upgrade e transformado em 1.0 para equipar o Uno tipo exportação. A Fiat na semana seguinte, após o anúncio do nascimento dos populares no Brasil, anuncia o Uno 1.0.
O modelo para os padrões da época, tinha um preço extremamente atrativo da unidade zero km, e ainda era parcelado em 60X sem entrada.
Com preço tão convidativo, e tantas facilidades na hora da compra para obter um carro zero km, todos esqueceram, do câmbio desconfortável, e das difíceis partidas a frio nas configurações a álcool.
Curiosamente dois carros compartilhando as mesmas vantagens e desvantagens, tiveram destinos tão diferentes, para muitos o 147 era uma aberração, mas curiosamente para as mesmas pessoas o Fiat Uno era algo acima da média.
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