O Santana 84 desembarca no Brasil, com a difícil missão de substituir o carro nacional mais ágil e equilibrado. O recém chegado Passat B2, ganha apenas carroceria sedã, e ao contrário do que muitos pensam, ele não nasceu com o motor AP.
Na Europa o modelo recebeu as carrocerias sedã e cupê, por aqui o projeto chega na carroceria sedã, 2 e 4 portas, nas versões, CS, CG e CD, e nos primeiros meses de produção é equipado com o motor MD-280 1.8, á álcool e gasolina, com câmbio manual de 5 marchas e automático.
O Santana 84, chamou a atenção pelo visual moderno, e por ser o primeiro carro de luxo da Volkswagen no Brasil, principalmente na versão top de linha “CD”, acabou se tornando o sonho de consumo de muitos marmanjos. Mas o modelo apresentava problemas de desempenho, em relação ao se principal concorrente o Chevrolet Monza 1.8, e a situação ficava mais evidente quando comparado ao seu antecessor ainda em produção, o Passat Quadrado.
O Passat B2 ou VW Santana, tinha uma carroceria um pouco menos aerodinâmica e mais pesada que de seu antecessor, em média 100 kg a mais, com 247 mm mais cumprido e 95 mm mais largo, deixava evidente a diferença de desempenho.
O problema, era que o modelo foi desenvolvido para motores mais potentes, já utilizados na Europa, 1.8 a Diesel, 2.0 e 1.8 a gasolina, todos já na segunda geração do que seria o AP aqui no Brasil, conhecidos por lá como motores EA ou EV, e praticamente todas as versões já utilizavam injeção eletrônica.
Ao receber o motor MD-280 1.8 carburado, em terras brasileiras, foi constatado que entregava no máximo 92 cv no álcool e 85 cv na gasolina, os resultados não foram satisfatórios, em altas rotações o excesso de vibração ficava evidente, sem contar a falta de fôlego em retomas.
Após 5 meses de produção, ainda em 1984, o modelo recebe um significativo upgrade de motor, baseado no sistema alemão de dimensões dos motores VW, as bielas ficam maiores passam para 144mm e o curso do giro do virabrequim diminui, também o sistema de tubulação de água muda. O Passat B2 passa a ter um motor mais estável em altas rotações e ganha mais potência, 99 cv a álcool e 93 cv a gasolina.
Mesmo assim o VW Santana ainda ficou um passou a trás em retomadas e aceleração que seu antecessor, e seu principal concorrente o Chevrolet Monza com motor 1.8. O problema só foi resolvido em 1987 com a chegada dos motores 2.0.
A unidade aqui da matéria é um Santana 84, já equipado com o motor AP 1.8, na versão de entrada CS, que oferecia de série apenas, ar-quente, ventilador, desembaçador elétrico do vidro traseiro, rádio toca fitas e câmbio 5 marchas. Hoje pode parecer um absurdo, mas era o que o mercado de carros zero km de luxo, no Brasil em todas as montadoras ofereciam nas versões de entrada.
Desempenho
Estabilidade – O conjunto do projeto, era eficiente e equilibrado, conseguia unir segurança e conforto.
Motor – Utilizando o motor Volkswagen AP 1.8 de 99 cv, com aceleração de 0 a 100 de 11,9 segundos, era robusto e de manutenção descomplicada.
Câmbio – O câmbio manual de 5 velocidades, eram um dos pontos fortes da montadora alemã, eficiente, confortável e exigia pouca manutenção.
Retomadas e ultrapassagens – O motor AP 1.8 tinha um bom fôlego, era elástico e respondia rápido ao pedal do acelerador, seguro e eficiente.
Consumo – Para um motor de 4 cilindros a álcool de um carro de médio porte, fazer 7,3 km/l na cidade, era considerado dentro dos padrões para a época.
Acabamento Externo
Faróis – Retangulares de lentes planas;
Setas dianteiras – Embutidas no mesmo conjunto dos faróis;
Para – choques – Envolventes na cor grafite e um fino friso metálico no contorno;
Faróis de neblina – Não – O Existente foi instalado pelo proprietário;
Grade de ar do motor – Em lâminas de plástico na horizontal, na cor grafite;
Retrovisores Externos – Panorâmicos, com ajuste mecânico interno;
Frisos – Emborrachados em toda a extensão lateral do carro que um filete metálico;
Rodas – Rodas de aço 185/70 R13 – Com calotas de plástico;
Maçanetas – Na cor grafite;
Logo – “Santana CS” Abaixo da lanterna traseira;
Lanterna Traseira – Tricolor com luz de ré;
Bagageiro – Não;
Teto Solar – Não;
Limpador do vidro traseiro – Não;
Acabamento interno e Instrumentos
Painel – Com mostradores básicos em escala circular;
Conta – giros – Não;
Acabamento do painel – Em vinil, nas cores cinza e grafite;
Volante – Espumado de 4 raios estilo executivo;
Sistema de som – Sim;
Ventilador – Sim;
Ar – condicionado – Não;
Ar – quente – Sim;
Luz de leitura – Não;
Relógio – Analógico;
Acendedor de cigarros – Sim;
Cinzeiro – Sim;
Acionamento dos vidros – Manual basculante;
Sistema de travamento das portas – Mecânico;
Ajuste dos retrovisores externos – Mecânico interno;
Acabamento dos bancos – Em tecido;
Acabamento das portas – Em vinil e tecido;
Luz de Sinalização no rodapé das portas – Não;
Banco traseiro – Sem acessórios;
Encosto de cabeça – Para dois passageiros nos bancos dianteiros com regulagem de altura;
Desembaçador elétrico do vidro traseiro – Sim;
Assoalho – Acarpetado;
Porta-malas – Acarpetado;
Ficha Técnica – Santana 84
Carroceria – Sedan;
Porte – Médio;
Portas – 2;
Motor – AP 1.8;
Cilindros – 4 em linha;
Válvulas por cilindro – 2;
Posição – Longitudinal;
Combustível – Álcool;
Potência – 92 cv;
Peso Torque – 70,4 kg/kgfm;
Cilindrada – 1781 cm³;
Torque máximo – 15,2 kgfm a 3400 rpm;
Potência Máxima – 5000 rpm;
Tração – Dianteira;
Alimentação – Carburador;
Direção – Simples;
Câmbio – Manual de 5 marchas com alavanca no assoalho;
Embreagem – Monodisco a seco;
Freios – Freio a disco sólido nas rodas dianteiras e tambor nas rodas traseiras;
Peso – 1070 kg;
Suspensão dianteira – Independente, McPherson – Mola helicoidal;
Suspensão traseira – Eixo torção – Mola helicoidal;
Comprimento – 4537 mm;
Distância entre – eixos – 2550 mm;
Largura – 1695 mm;
Altura – 1402 mm;
Aceleração de 0 a 100 – 11,9 Segundos;
Velocidade máxima – 171 km/h;
Consumo: Cidade 7,3 km/l – Estrada 13 km/l;
Autonomia: Cidade 548 km – Estrada 975 km;
Porta malas – 394 Litros;
Carga útil – Não Informado;
Tanque de combustível – 75 Litros;
Valor atualizado Aproximado – R$ 178.990,00;
Valor atualizado aproximado se refere apenas a uma estimativa de quanto o carro custaria hoje Zero Km na concessionária – Não possui nenhum parâmetro real do mercado atual.
O Motor Tudo, NÃO trabalha com nenhum tipo de comércio de carros, apenas faz matérias sobre a história de carros clássicos brasileiros.