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Ford suas crises políticas e financeiras durante as décadas de 1980 e 1990

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A montadora nacional que mais vendeu carros ao lado da Volkswagen, entre as décadas de 1980 e 1990, também foi a que mais passou por crises financeiras e políticas, entre as 4 marcas chamadas nacionais

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Fiat, Ford, Chevrolet e Volkswagen, protagonizaram uma verdadeira batalha entre o final da década de 1970, até o início da década de 1990, mesmo assim a Ford regularmente anunciava alguma crise financeira.

Início da década de 1980 – O mercado nacional deixava para trás, o mundo dos Muscle cars, a nova tendência do mercado eram os modelos médios e compactos, e a Ford anuncia sua primeira grande crise, sempre com o discurso de reformulação interna.

Sem condições financeiras e técnicas de trazer modelos mais atualizados para o Brasil, como Ford Escort, Ford Sierra ou Ford Fiesta, com plataformas bem mais atualizadas, e com motores, como o Ford Kent 1.6 ou a primeira geração do Zetec, a montadora tem uma solução caseira.

A Ford ressuscita em 1981 a versão sedã do Ford Corcel, rebatiza de Ford Del Rey, com um acabamento primoroso e uma nova suspensão, mas ainda utilizando basicamente a mesma plataforma Renault do final da década de 1960, motor Renault Sierra / Cléon Fonte e em seguida seria rebatizado de CHT.

Incrivelmente o projeto deu certo, mesmo sem uma atualização significativa o Ford Del Rey se tornou um sucesso nacional, ao lado de toda a família Corcel, principalmente com motores a álcool, Ford Belina, Ford Scala e Ford Pampa se tornaram lideres em vendas.

Entre os anos de 1981 e 1983, a Ford vendia tanto carro, que para conseguir uma unidade zero km da família Corcel / Del Rey, mesmo com um preço bastante salgado, as filas de espera variavam de 30 até 120 dias, dependendo do modelo e da região do país.

Mesmo com os preços estratosférico e vendendo mais carros que poderia produzir, no segundo semestre de 1982, a montadora anuncia mais uma crise financeira no Brasil, com o mesmo discurso de reformulação da empresa.

O anuncio de mais uma crise ecoou bastante estanho no mercado automotivo brasileiro, “como uma montadora que vende carros tão caros, e com o maior número de unidades emplacadas do país, pode entrar em mais uma crise financeira”?

Em meio a crise, no mesmo semestre de 1982 a Ford anuncia a chegada de um modelo bem mais atualizado o Ford Escort.

O anúncio, causou um verdadeiro frisson entre os fãs da montadora, finalmente um modelo atualizado que tecnologicamente deixaria as concorrentes Volkswagen e Chevrolet comendo poeira.

Mas a alegria durou pouco, em meio a crise anunciada em 1982, a Ford informa que o novo modelo Ford Escort chegaria ao país em 1983, mas ainda utilizando basicamente a mesma plataforma da família Corcel, com alguns upgrades, o mesmo motor Cléon Fonte rebatizado de CHT e com o mesmo câmbio, porém montados na posição transversal.

A suspensão foi outra decepção, as versões esportivas e top de linha do Ford Fiesta e Ford Escort europeus, recebiam uma suspensão mais rígida e eficiente, a versão Escort tupiniquim, nasceria basicamente com a mesma suspensão do Corcel, muito macia e pouco estável.

Mesmo assim, durante todo o primeiro semestre de 1983 o Ford Escort foi o carro nacional mais atualizado ao lado do Chevrolet Monza, mas a alegria durou pouco, logo no segundo semestre do mesmo ano, a Volkswagen inicia seu novo upgrade, os novos motores 1.8 do Passat quadrado e a chegada do Volkswagen Santana já como modelo 1984, deixaram mais uma vez os modelos Ford desatualizados.

Entre os anos de 1983 e 1986 a Ford mantem o Del Rey e o Escort entre os nacionais mais caros e mais emplacados, situação que deixaria qualquer montadora em uma posição bastante confortável.

Mas em 1987 quando os motores da família Monza e toda a linha Volkswagen refrigerados a água, receberam significativos upgrades, aliado ao fortalecimento dos modelos Fiat no mercado nacional, especialmente o Uno 1.5 e 1.6R, a Ford mais uma vez anuncia uma crise financeira, a chamada reestruturação interna, e informa que manterá suas plataformas, motores e câmbio sem atualizações vindas da Europa.

A crise da Ford na América Latina 1988

No Brasil entre os anos de 1980 e 1986 a montadora esteve sempre no topo da tabela entre os veículos mais caros e mais emplacados do Brasil, mesmo assim veio mais um anúncio oficial da crise financeira não apenas no Brasil mas em toda a América latina, que levou a montadora a se jogar nos braços de sua principal concorrente a alemã Volkswagen.

A Ford perde outra oportunidade de trazer as plataformas mais atualizadas da Europa para o Brasil, que em 1987 poderia equipar toda a família Del Rey e Escort com injeção eletrônica e um motor muito mais eficiente e robusto o Zetec.

Nasce o projeto Autolatina, que na teoria serviria para reerguer a Ford, mas na prática encheu a Volkswagen de dinheiro e deixou a Ford em uma situação mais complicada ainda.

Já no final de 1995 com modelo 1996, a Ford finalmente desembarca os motores Zetec no Brasil, ainda em meio a crise.

Conclusão

Não podemos afirmar se as crises realmente existiram, ou se foi apenas um descaso da matriz nos Estados Unidos, com a filial brasileira, mas o que sabemos com certeza é que a Ford poderia ter dominado o mercado nacional dos médios se investisse mais em tecnologias a partir de 1983.

Matéria criada 13 de maio de 2020

1 comentário em “Ford suas crises políticas e financeiras durante as décadas de 1980 e 1990”

  1. Boa colocação desta matéria.
    A Ford Brasil sofreu de uma mediocridade nas decisões, que acabou custando muito caro para a marca.
    Produzia aqui o motor OHC2.3, entre 76 a inicio dos anos 90, que poderia ter sido desenvolvido para cilindradas 1.6, 1.8 e 2.0, ao invés de usar o motos da VW.
    A solução estava em casa e não usaram.
    Mataram o Del Rey com falta de investimento minimo.
    Campanhas publicitárias nos anos 90 eram péssimas.

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