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Carro zero mais barato, na prática no Brasil nunca existiu

Carro zero mais barato
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Carro zero mais barato na prática no Brasil nunca existiu, e dificilmente existirá nas próximas décadas. O que o público já sabia desde a década de 1950, quando as montadoras começaram a olhar para a América do Sul, com a necessidade de vender mais e se recuperarem dos danos da segunda guerra mundial. A primeira impressão foi, “legal com montadoras em solo brasileiro, teremos carros bem mais baratos”, mas logo veio a decepção.

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Quem viveu as décadas de 1970 e 1980, principalmente em cidades ou regiões menos favorecidas economicamente de nosso país, sabe muito bem que, carro zero km era bem raro rodando nas ruas. Mas com a abertura das fronteiras comerciais em 1990, para importação de veículos, e com as novas leis de incentivo para as montadoras produzirem veículo populares 0.800 até 1000 cm³, o brasileiro voltou a ter esperança.

Os comentários nas ruas e até em jornais eram, teremos carros zero km por apenas R$ 12.500,00 “em valores atualizados para 2022” e com ar – condicionado. De uma certa forma a matemática estava correta, mas esqueceram de dizer para o brasileiro, que eram $ 12.000,00 “dólares” + taxas de importação + impostos federais + impostos estaduais e em alguns casos impostos municipais, e os valores batiam fácil nas unidades importadas mais em conta, perto de R$ 100.000,00, “valor atualizado”.

E quanto a promessa dos modelos populares 0.8 ou 1.0, realmente as montadoras fizeram sua parte, desenvolveram veículos pé de boi, de baixa potência de baixo consumo com preços mais atraente. Os populares mais em conta saíam da linha de montagem em valores atualizados para 2022, por apenas R$ 20.000,00, o mesmo modelo com alguns opcionais por R$ 23.000,00.

Mas colocando em cima dos valores, os encargos trabalhistas, impostos federais, estaduais, além de diversas outras despesas diretas e indiretas, que uma empresa tem que pagar para funcionar no Brasil, o mesmo popular acabava saindo da concessionária com o valor mínimo de R$ 75.000,00. Mas a diversão pra você não acaba na porta da concessionária, ainda tem o seguro total contra roubo e acidentes.

Quando você chegava em sua casa com o sonhado carro zero km, ainda tinha que calcular IPVA, e seguro obrigatório. Mas por que o brasileiro passou a comprar tantos carros na década de 1990? A resposta é simples, um inteligente jogo de números passou a vigorar no mercado. O conhecido consórcio das décadas de 1970 e 1980, que você passa 50 ou 60 meses pagando para depois ter o carro, as financiadoras apenas mudaram as regras. O comprador saía de carro zero km da concessionária com um gigantesco carne nas mão com 60 prestações, a juros estratosféricos.

Após 3 anos pagando as prestações, você tinha em mãos um carro usado, bastante desvalorizado, já sem a garanti de fábrica, e ainda ficava se divertindo por mais 24 meses pagando as prestações restantes. Isso para quem não perdia seu emprego ou sua fonte de renda.

Neste caso, o feliz proprietário, perdia o carro para o banco e ainda ficava com um simpático carne com dezenas de prestações para pagar. Nos dias de hoje, a história se repete, mas o brasileiro já colocou o pé no chão, e entendeu que carro zero mais barato no Brasil, ainda é um sonho muito distante.

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