Carro Passat antigo o GTS Pointer de 1986 na briga contra Monza S/R e Escort XR3, a época de ouro dos esportivos de médio porte, onde ter um dos exemplares zero km em sua garagem na, era sinônimo de bom gosto e muito dinheiro no bolso.
1986 foi um ano bastante interessante para os três esportivos, o modelo Volkswagen desde seu lançamento em 1974 havia alcançado seu auge em qualidade e desempenho, equipado com o eficiente motor AP 1.8, oferecia equilíbrio, robustez e muita agilidade.
O esportivo médio da montadora alemã, utilizando o motor AP 1800S, entregava no álcool 99 cv, com torque máximo de 14,9 kgfm a 3600 rpm, com velocidade final real de 170 km/h e aceleração de 0 a 100 em 10,9 segundos.
O ano de 1986 foi marcado por desconfianças de algumas revistas automotivas de época, e por alguns órgãos públicos, em relação a potência dos motores VW AP 1.6 e 1.8, o Passat Village que oficialmente entregava 85 cv no álcool, segundo boatos, na prática entregava 90 cv, e os motores AP 1.8 não entregava apenas os 99 cv informados, e sim algo próximo dos 105 cv.
Mas a Chevrolet não ficou fora do barulho, o Monza hatch S/R 1.8, que oficialmente entregava 106 cv no álcool, na prática era equipado com 110 cv. Boatos e discórdias a parte, o fato é que eles embalaram os sonhos, de toda uma geração.
O Ford Escort XR3 de 1986, era o mais vendido, com status de carro de outro mundo em virtude de seu visual esportivo futurista, mexeu com o brio dos brasileiros. O modelo era o único com motor 1.6, entregava no álcool 81,7 cv, com 12,2 kgfm a 5600 rpm, velocidade final real de 163,6 km/h e aceleração de 0 a 100 em 13,4 segundos. Bons números para um motor 1.6 de um médio que pesava 934 kg.
Outro ponto que contava a seu favor, era o visual, o bom gosto e qualidade do acabamento interno e externo. Mas o ponto negativo ficava para a falta de equilíbrio, o modelo sofria do chamado efeito flutuante quando a traseira é muito leve e o carro perde o ponto de apoio, o problema ficava mais evidente com a suspensão muito macia, que por um lado dava mais conforto ao carro, mas por outro, deixava o veículo muito instável.
O Monza S/R 1.8, era o que entregava maior potência, o motor Chevrolet família II 1.8 a álcool oferecia 106 cv, com torque máximo de 15,6 kgfm a 4000 rpm, com velocidade final real de 175 km/h e aceleração de 0 a 100 em 12,1 segundos.
Era o esportivo brasileiro mais luxuoso e confortável, também era o que tinha o preço mais salgado, tanto na compra da unidade zero km, como das manutenções preventivas e corretivas. Mesmo tendo uma suspensão confortável e eficiente, o modelo também sofria do chamado efeito flutuante.
Ao contrário do irmão sedã que tinha uma traseira mais pesada e um peso melhor distribuído. A carroceria hatch, tinha tendência em sair de traseira em curvas de alta. Em retas em velocidades acima de 140 km/h, o carro demonstrava uma certa instabilidade. Também era o mais pesado dentro do segmento, com 1100 kg, consequentemente o mais lento em aceleração de 0 a 100.
Já o carro Passat antigo o GTS Pointer de 1986, era o mais ágil, e equilibrado, com a melhor aerodinâmica e com uma suspensão mais rígida, se comportava muito bem em curvas de alta e em retas em velocidades acima de 140 km/h.
O Passat Pointer, foi o menos emplacado, em relação aos seus dois concorrentes, apesar de ter um acabamento primoroso, era o que menos oferecia itens de série de conforto, e um pacote de opcionais com uma quantidade de itens abaixo do XR3 e do Monza S/R.
O preço desses brinquedos de gente grande em 1986, também era de assustar. O Monza S/R liderava o ranking, em valores atualizados, R$ 238.990,00. O Escort XR3 ocupava a segunda colocação custando R$ 225.000,00, o Passat GTS Pointer, tinha um preço mais comportado R$ 212.000,00.
O Motor Tudo, NÃO trabalha com nenhum tipo de comércio de carros, apenas faz matérias sobre a história de carros clássicos.