Fusca 1.6: Se você pensa que todo Fusca é igual está enganado, a geração com o motor Tork trouxe uma grande evolução para o besouro aqui no Brasil, principalmente com os motores a álcool a parti de 1984.
A Volkswagen fez milhares de atualizações no conjunto propulsor do besouro desde 1950 até o ano de 1986 quando foi descontinuado pela primeira vez. Muitas alterações e upgrades de motor e câmbio, pouco eram percebidas no dia a dia pelos proprietárias.
Porém algumas mais significativas, como a chegada do motor 1300 em 1967, do motor 1500 do Fuscão em 1970, e o lançamento do bizorrão o Fusca 1600S em 1974 que causaram um impacto maior, nos fãs dos modelos refrigerados a ar da Volkswagen.
Em 1982 ganha ignição eletrônica e alternador de alta capacidade de série, melhorando as partidas a frio e o desempenho com o motor em altas rotações, chegava ao fim o pesadelo do platinado colado em dias mais quentes.
Mas sem dúvida o ano de 1984 foi um grande divisor de águas para o modelo, a chegada do motor Tork 1.6, um upgrade que mudou a vida dos refrigerados a ar no Brasil, principalmente o VW kombi e Fusca a álcool.
O novo motor 1.6 Tork ganha válvulas de escape maiores, capela de refrigeração com radiador deslocado, válvula de aquecimento de partida a frio, e um curso menor do virabrequim. O besouro ganhou mais fôlego e um giro bem mais estável na estrada em altas rotações. Ficava no passado a barulheira dos motores 1600.
Em 1985 viajei com um amigo em um Fusca Love 1984 a álcool, a primeira geração dos motores Fusca 1.6 Tork. E logo de cara percebi algo muito diferente dos Fuscas convencionais. Quando o motorista acelerava ou esticava as marchas, o carro era mais elástico e com um nível de ruído mais baixo.
Perguntei a ele o motivo da quele Fusca ter um torque e um nível de ruído diferente. Ele me respondeu brincando, parece até um motor refrigerado a água. Na verdade era o Fusca Love com o novo motor Tork, que equipou o besouro até 1986. O interessante era que em velocidades acima de 80 km/h o nível de ruido interno era relativamente confortável, para os padrões de um Volkswagen refrigerado a ar.
E outro detalhe que chamava muito a atenção, era que em subidas, o carro praticamente não perdia o fôlego. Situação bastante diferente dos motores 1600 dos Fuscas da década de 1970, onde o carro em alta rotações passava muito ruído para o interior, e ainda em altas rotações o giro do motor parecia que as válvulas sairiam pelo escapamento.
Ficha Técnica – Fusca 1.6 – Ano 1986
Carroceria – VW Sedan; Porte – Compacto; Portas – 2; Motor – Volkswagen Boxer Tork 1600; Cilindros – 4 opostos horizontalmente; Válvulas por cilindro – 2; Posição – Longitudinal; Combustível – Álcool; Potência – 57 cv; Peso Torque – 96,9 kg/kgfm.
Cilindrada – 1584 cm³; Torque máximo – 11 kgfm a 2600 rpm; Potência Máxima – 4200 rpm; Tração – Traseira; Alimentação – Carburador; Direção – Simples; Câmbio – Manual de 4 velocidades com alavanca no assoalho; Embreagem – Monodisco a seco.
Freios – Freio a disco nas rodas dianteiras e tambor nas rodas traseiras; Peso – 801 kg; Suspensão dianteira – Independente, braços arrastados – Barra de torção; Suspensão traseira – Independente semi-eixo oscilante – Barra de torção.
Comprimento – 4050 mm; Distância entre-eixos – 2400 mm; Largura – 1540 mm; Altura – 1500 mm; Aceleração de 0 a 100 – 18 Segundos; Velocidade máxima – 130 km/h; Consumo: Cidade 7,2 km/l – Estrada 12,9 km/l; Autonomia: Cidade 283 km – Estrada 451 km.
Porta malas – 141 Litros; Carga útil – Não informado; Tanque de combustível – 41 Litros; Valor atualizado Aproximado – R$ 78.000,00; Valor atualizado aproximado se refere apenas a uma estimativa de quanto o carro custaria hoje Zero Km na concessionária – Não possui nenhum parâmetro real do mercado atual.
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