Dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) mostram que, desde 2019, os veículos leves 100% elétricos têm aumentado sua participação no mercado brasileiro. No ano de 2022, esse setor registrou um marco significativo, com 8.458 unidades emplacadas, representando um crescimento impressionante de 197%, em comparação com o ano anterior, que contou com 2.851 unidades.
Embora o cenário seja positivo, na lista de impeditivos para que esses modelos de veículo sejam mais populares, os preços altos figuram como um dos principais fatores que freiam essa difusão. Nesse sentido, a chegada da gigante chinesa BYD ao Brasil demonstra que esse cenário pode ser alterado.
As expectativas são altas, uma vez que essa chegada abre caminho para horizontes promissores no que diz respeito à redução do preço dos carros elétricos; os motivos englobam diversos fatores, e um dos mais consistentes possui relação com a economia de escalada da empresa.
Ou seja, a utilização da produção em larga escala gerada pela empresa deve aproveitar os benefícios econômicos, reduzir os custos de fabricação e, consequentemente, os preços dos veículos. Outro fator que influencia na queda visualizada é a produção local, posto que, uma vez feita a instalação das fábricas no Brasil, a BYD poderá reduzir os custos de importação e tarifas, tornando os modelos ainda mais competitivos de maneira geral.
Essa estratégia possibilita que a empresa ofereça modelos com preços mais acessíveis aos consumidores do país, acelerando a demanda e tornando os veículos uma opção mais atrativa e viável. Vale ressaltar que a renomada BYD é mundialmente conhecida por sua especialização em baterias e veículos elétricos.
A capacidade de oferecer tecnologia avançada sem abrir mão dos preços competitivos é o que torna a empresa singular. Por isso, a fusão entre qualidade e acessibilidade tem o potencial de atrair uma nova geração de consumidores brasileiros e fomentar uma competição saudável dentro do setor.
Já se pode notar a queda dos preços dos carros elétricos dado o anúncio da BYD sobre o investimento para construir três fábricas no Brasil, sendo uma voltada para veículos híbridos e elétricos e a recente chegada do BYD Dolphin, um dos veículos elétricos mais acessíveis da marca chinesa. O impacto ocorre porque a acessibilidade do veículo, comparada a outros, fez com que houvesse uma queda nos demais preços dos carros no país.
No que diz respeito a histórico, a empresa foi fundada em 2003; a BYD Auto é subsidiária da BYD Company, em inglês Build Your Dreams, ou “construa seus sonhos”, em português. Está no Brasil desde 2015, e possui linha de produção no país desde 2017 para os outros segmentos de atuação como energia fotovoltaica, entre outros.
A expectativa positiva também se dá pela parceria anunciada no começo de julho entre a 99 e a BYD; de acordo com a empresa chinesa, eles estão trazendo para o Brasil 300 unidades do primeiro carro elétrico feito especialmente para motoristas de aplicativo; os modelos são o D1s EV e estarão disponíveis para locação por motoristas da 99 entre julho e outubro; vale mencionar que parte do valor do aluguel será subsidiada pelo aplicativo.
O projeto, que faz parte da Aliança pela Mobilidade Sustentável, nada mais é que uma colaboração entre a empresa 99 e renomados atores do setor de mobilidade no Brasil, e tem como objetivo revolucionar a mobilidade urbana, promovendo uma maior adoção de veículos elétricos nas vias.
As metas abrangentes envolvem aumentar a parcela de veículos elétricos nas vendas de carros novos para 10% até 2025 (o índice atual é de 2%). Além disso, pretendem lançar, no mínimo, 300 automóveis elétricos da 99 ainda neste ano, visando alcançar a marca de 10 mil até 2025 e atingir 100% da frota até 2030.
Visam também alcançar emissão zero de carbono pela 99 até 2030, considerando que atualmente o setor de transporte no Brasil é responsável por 48% das emissões de CO₂. Outros objetivos também estão em andamento e fazem parte dessa colaboração com grandes empresas, a fim de alcançar os objetivos propostos.
Os impactos ambientais desses automóveis são significativamente menos prejudiciais e preservam a saúde das pessoas, bem como também reduzem custos com combustível. Por isso, a aliança é norteada para deixar esses modelos mais acessíveis para motoristas parceiros, assim como para as pessoas que mais precisam desses serviços.
Considerando também a pesquisa do Instituto Clima e Sociedade, que demonstrou que 67% das pessoas entrevistadas mostraram-se dispostas a abrir mão de seus transportes pessoais para começarem a utilizar soluções mais limpas e sustentáveis, o que abre portas para que as parcerias estratégicas foquem nos benefícios não apenas para os consumidores, mas também para o meio ambiente.
A aliança foca em veículos elétricos justamente por esses benefícios para ambos, uma vez que, além de ser movido à energia elétrica e poluir menos, ele é um veículo mais silencioso e seus custos de manutenção são bem menores do que os dos carros comuns; nesse sentido, os motoristas do aplicativo da 99 poderão fazer locação de veículos elétricos, garantindo as vantagens por meio da parceria.
