Passat 1984 o primeiro 1.8, e a guerra contra o Ford CHT e os motores da família Monza. O maior desafio das montadoras, não era apenas ser líder em robustez e agilidade de seus conjuntos propulsores, existia um monstro muito maior para ser enfrentado, o álcool.
No início da década de 1980, o Proálcool estava a todo o vapor, combustível mais barato, menos poluente, e que acabou virando moda pela maior parte de usuários de carros de passeio.
O grande problema foi para as montadoras. Adaptar o novo combustível aos seus motores, na teoria tudo funcionava, nos laboratórios, e nos carros protótipos entre 1978 e 1979 que fizeram os primeiros testes.
Mas na prática quando se iniciou a produção em massa de motores a álcool, todas as montadoras rebolaram para se adaptarem ao processo corrosivo acelerado provocado pelo álcool. Reparos de carburador, escapamento, até junta de cabeçote, se tornaram as principais vítimas da corrosão do álcool.
A Ford foi a que melhor se adaptou, o velho motor Renault, já em sua versão Cléon Font 1.4 e 1.6, rodava macio e era o que menos exigia manutenção. A montadora aproveitando a oportunidade do lançamento do Ford Escort, realiza um novo upgrade e transforma o Cléon Font em CHT.
Montado na posição transversal, o novo CHT 1.6 a álcool, deixou o Ford Escort em 1983 como o carro nacional de maior velocidade final e mais ágil, superando o badalado Volkswagen Passat. Talvez, nem mesmo o engenheiro mais pessimista da Volkswagen poderia imaginar que o upgrade de um motor tão antigo, conseguisse alcançar tamanha performance.
O recém chegado e modernos motor MD-270 1.6 que a Volkswagen havia colocado no mercado no ano anterior, foi superados pelo motor Ford. Para a Chevrolet a situação ficou pior ainda, além de ter que adaptar os modernos motores europeus da família Monza, que foram projetados para rodarem com gasolina de qualidade europeia, a triste realidade dos combustíveis brasileiros, ainda era o motor 1.6 com menor desempenho.
Já em 1983 a Chevrolet corre atrás do prejuízo, lança o motor 1.8 para família Monza, ainda em seu primeiro upgrade, mostra uma real evolução do projeto, mesmo assim ainda com velocidade final e aceleração abaixo dos motores CHT 1.6 da família Escort.
A Volkswagen só consegue colocar no mercado seu motor 1.8 em Junho de 1983, já como Passat 1984, com as versões Passat Plus 1.8 e Passat GTS Pointer 1.8. A Volkswagen leva novamente seu modelo de médio porte ao topo, o motor ainda era o MD-280 1.8, um antecessor do AP 1.8. Mas que entregava no álcool 92,4 cv, fazia o Passat alcançar velocidade final de 167 km/h, com torque máximo de 15,2 kgfm a 2600 rpm.
Apesar de voltar ao topo, e ter se tornado o carro mais equilibrado e mais rápido do país, o motor MD-280 1.8 vibrava muito em altas rotações. Apenas em 1985 instalaram bielas maiores, de 144 mm, pistões de maior diâmetro e virabrequim com menor curso, assim nasce a primeira geração dos motores AP 1.8, e em 1986 os motores AP 1.6.
Ficha Técnica – Passat 1984 – GTS Pointer 1.8
Carroceria – Cupê; Porte – Médio; Portas – 2; Motor – VW MD-280 1.8; Cilindros – 4 em linha; Posição – Longitudinal; Tuchos – Mecânicos; Tração – Dianteira; Combustível – Álcool; Alimentação – Carburador.
Direção – Simples; Câmbio – Manual de 4 marchas; Embreagem – Monodisco a seco; Freios –Freio a disco sólido nas rodas dianteiras e tambor nas rodas traseiras; Peso – 980 kg; Comprimento – 4290 mm; Distância entre-eixos – 2470 mm.
Largura – 1600 mm; Altura – 1355 mm; Potência – 92,4 cv; Cilindrada – 1781 cm³; Torque máximo – 15,2 kgfm a 2600 rpm; Potência Máxima – 5000 rpm; Aceleração de 0 a 100 – 13,4 Segundos; Velocidade máxima – 167 km/h.
Consumo: Cidade 7,4 km/l – Estrada 10,7 km/l; Autonomia: Cidade 444 km – Estrada 642 km; Porta malas – 362 Litros; Carga útil – Não informado; Tanque de combustível – 60 Litros; Valor atualizado Aproximado – R$ 208.000,00; Valor atualizado aproximado se refere apenas a uma estimativa de quanto o carro custaria hoje Zero Km na concessionária – Não possui nenhum parâmetro real do mercado atual.
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