No início da década de 1990, as fronteiras comerciais do Brasil foram abertas e a realidade da chegada de carros importados começava a acontecer, e as montadoras aqui do Brasil também começaram a se mexer.
De um lado o já cansado Volkswagen Santana e de outro o Chevrolet Monza, foram alvos de mudança. A Volkswagen trouxe a segunda geração do Santana aqui no Brasil e a Chevrolet a segunda geração do Chevrolet Monza que eram basicamente os mesmos carros, mudando apenas a carroceria. O modelo da Chevrolet foi até batizado popularmente como um Monza tubarão.
A batalha que se iniciou lá em 1984 com a chegada do Volkswagen Santana, que era segunda geração do Passat aqui no Brasil foi até o final dos anos 80 e se estendeu até o início da década de 1990 mesmo com a chegada dos importados, e muitos importados não eram o bicho papão que todos pensavam.
Um bom exemplo é a família Peugeot, principalmente o sedan Peugeot 405. modelo de grande porte que no marketing da montadora oferecia um carro recheado de itens de instrumentos, conforto e segurança, muito à frente da realidade de modelos produzidos aqui no Brasil, porém na prática a história foi outra, o modelo de grande porte que seria para concorrer diretamente, como por exemplo o Chevrolet Omega ficou abaixo da expectativa de um Santana GLS e de um Monza tubarão na versão top de linha.
O modelo francês tinha um desempenho abaixo do esperado para um carro de grande porte, fora que os valores das manutenções e reposições de peças estavam no mesmo patamar de modelos de elite como Audi e Mercedes.
Agora voltando a falar do Volkswagen Santana, na década de 1980, o carro era posicionado pela montadora como um modelo de luxo de médio porte de custo elevado, e para se ter uma ideia, tanto o Volkswagen Santana e o Chevrolet Monza versões top de linha, entre os anos de 1985 e 1988, tinham um preço muito próximo das versões intermediárias da família Chevrolet Opala.
No início da década de 1990 a Volkswagen reposicionou o Volkswagen Santana de modelo de alto custo para modelo de custo intermediário para poder concorrer tanto com modelos importados como novos médios nacionais mais avançados, que chegaram ao país como por exemplo o Fiat Tempra.
A unidade da nossa matéria é um Volkswagen Santana GLSi 2.0 1992/93. O modelo traz no acabamento externo para-choques envolventes em duas cores, a parte de baixo na cor da carroceria e na parte superior a cor grafite e um fino friso cromado que dá um ar esporte fino ao carro.
Também vem equipado com faróis de neblina embutidos nos para-choques dianteiros, retrovisores satélite na cor do carro com controle elétrico interno, friso lateral emborrachado em toda extensão lateral com detalhes cromado, além das rodas aro 14 de liga leve, lanternas traseiras tricolor com luz de ré com extensão em acrílico que se estendia até a placa de identificação do veículo.
No acabamento interno o modelo vinha com mostradores em escala circular, relógio digital e conta-giros, já o acabamento do painel era em vinil em tons grafite e cinza, direção hidráulica e volante espumado de quatro raios estilo executivo, o acabamento dos bancos e portas era em fino tecido aveludado com material de boa qualidade. O banco traseiro oferecia encosto de cabeça para dois passageiros, apoio para o braço e cinto de segurança de três ponto, já os bancos dianteiros também ofereciam dois encosto de cabeça.
A montadora ainda oferecia de série trio elétrico e ar-condicionado, e mesmo sendo basicamente a mesma plataforma e o mesmo motor de câmbio, desde o seu lançamento, o modelo veio recebendo vários upgrades da montadora.
Ele era equipado com motor 2.0 com injeção eletrônica multiponto, entregando 112 cv de força, com velocidade final real de 183 km/h e aceleração de 0 a 100 em 12,5 segundos, e mesmo na configuração do câmbio automático, o modelo era rápido, ágil e robusto, muito bom em ultrapassagens e retomadas.
O Volkswagen Santana em 1992, mesmo não sendo mais um líder em vendas, ainda tinha uma grande legião de fãs pelo Brasil, emplacava um ótimo número de unidades em todos os anos, assim conseguindo manter o modelo vivo até o início dos anos 2000.